Com Baú de espantos, publicado em 1986, Mario Quintana
completa o conjunto iniciado dez anos antes com
Apontamentos de história sobrenatural(1976) e integrado
também por Esconderijos do tempo (1980). Essas três
obras reafirmam e acentuam certos traços dispersos em
livros anteriores: a tendência ao onírico, a reflexão
sobre o poema, sobre a morte e a densidade dramática
de sua poesia lírica.O vínculo com os livros precedentes
é estabelecido desde a epígrafe de dois versos do poema
“Esconderijos do tempo”, que intitulava a obra
imediatamente anterior, e se fortalece pela maneira
peculiar de recuperar a infância, os objetos perdidos
e reencontrados, as velhas casas e outros fatos da
vida, nos quais o quotidiano ganha uma expressão
fantasmal, marcas de sua poesia desde os sonetos
de A rua dos cataventos (1940). Também aqui,
o poeta acredita não só no que vê, mas no que imagina.
Tânia Franco Carvalhal
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