Detrás de um muro surge a lua. Em frente
Acendem-se os lampiões. A noite cai.
Na praça a banda toca, de repente,
Um samba histérico... Aflições dançai!
Mas qual! Meu coração triste e indolente
Olha sem ver, de tudo se distrais.
Que pena faz uma criança doente!
Como ele está... Cada passito é um ai...
Vai morrer atacado de si mesmo...
Dos longos poentes que passou a esmo
A embebedar-se de Cinzento e Roxo.
E enquanto a vida corre - ó Mascarada! -
Ele abre, vagamente, sobre o Nada,
O seu olhar sonâmbulo de mocho...
Mario Quintana,
in A rua dos Cataventos
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