Sobre a coberta o lívido marfim
Dos meus dedos compridos, amarelos...
Fora, um realejo toca para mim
Valsas antigas, velhos ritornelos.
E esquecido que vou morrer enfim,
Eu me distraio a construir castelos...
Tão altos sempre...cada vez mais belos!...
Nem D. Quixote teve morte assim...
Mas que ouço? Quem será que está chorando?
Se soubésseis o quanto isto me enfada!
...E eu fico a olhar o céu pela janela...
Minha alma louca há de sair cantando
Naquela nuvem que lá está parada
E mais parece um lindo barco a vela!...
Mario Quintana
de Rua dos Cataventos
Nenhum comentário:
Postar um comentário