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sábado, 9 de novembro de 2013

A JANELA



Sento me a mesa. Quem sabe? Quem se senta, se tenta...
60, 70, escrevo, arredondando caprichosamente os zeros.
E o burro do papel me fica incompreensivelmente olhando,
na espera inútil dos 80. O papel está hoje com uma
abominável falta de imaginação. Continua, apenas,
olhando-me: vazio, mais quadrado do que nunca.
orque o papel é uma janela que, em vez de a gente
espiar por ela, ela é que espia para a gente...

Mario Quintana, in
Caderno H



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