Seja bem-vindo. Hoje é

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Tudo tão vago...



Tudo tão vago... Sei que havia um rio...
Um choro aflito... Alguém cantou, no entanto...
E ao monótono embalo do acalanto
O choro pouco a pouco se extinguiu...

O Menino dormia... Mas o canto
Natural como as águas prosseguiu...
E ia purificando como um rio
Meu coração que enegrecera tanto...

E era a voz que eu ouvi em pequenino...
E era Maria, junto à correnteza,
Lavando as roupas de Jesus Menino...

Eras tu... que ao me ver neste abandono,
Daí do Céu cantavas com certeza
Para embalar inda uma vez meu sono!...


Mario Quintana,
in A Rua dos Cataventos

Um comentário:

  1. Lindo! Para mim é um dos mais belos e emocionantes sonetos de Quintana...

    ResponderExcluir