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segunda-feira, 9 de junho de 2014

ARVORE DOS POEMAS



Quando a árvore dos poemas não dá poemas,
Seus galhos se contorcem todos como mãos de
enterrados vivos.
Os galhos desnudos, ressecos, sem o perdão de Deus!
E, depois, meu Deus, essa lenta procissão de almas
retirantes...
De vez em quando uma tomba, exausta a beira do caminho,
Porque ninguém lhe chega ao lábio o frescor de
cântaro, a doçura de fruto que poderia haver num
poema.
Maldita a geração sem poetas que deixa as almas
Seguirem, seguirem como animais em estútida
Migração!
Quando a árvore dos poemas não dá poemas,
Qual será o destino das almas!

Mario Quintana
in: Bau de Espantos




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