Os padeiros da lua
derrubam farinha
na noite retinta.
Quem ganha? É o chão
que se pinta e repinta
de giz e carvão.
Rendilha de aranha
na face encantada,
moedinha de prata
escondida na mão,
minh'alma menina
fugiu para a mata.
Meu coração
bate sozinho
no velho moinho
da solidão.
Até eu me fujo...
Eu sou o corujo,
olhar enorme
que nunca dorme.
Nana, nana,
nina, uma,
alma menina...
E sonha comigo
por alguns instantes,
onde estejas tu...
Sonha comigo
como eu era dantes!
Os padeiros da lua
derrubam farinha...
O chão se repinta
de giz e carvão...
Sonha,
menina,
na mata assombrada
enquanto o moinho vai rangendo em vão.
Mario Quintana
in Apontamentos de História Sobrenatural
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