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segunda-feira, 16 de março de 2015

O SILÊNCIO


Há um grande silêncio que está à escuta...
E a gente se põe a dizer inquietamente qualquer coisa,
qualquer coisa, seja o que for,
desde a corriqueira dúvida sobre se chove ou não chove hoje
até a tua dúvida metafísica, Hamleto!

E, por todo o sempre, enquanto a gente fala, fala, fala
o silêncio escuta...
e cala.


Mário Quintana
In: Esconderijos do Tempo

2 comentários:

  1. O silêncio

    O mundo, às vezes, fica-me tão insignificativo
    Como um filme que houvesse perdido de repente o som.
    Vejo homens, mulheres: peixes abrindo e fechando a boca num aquário
    Ou multidões: macacos pula-pulando nas arquibancadas dos estádios…
    Mas o mais triste é essa tristeza toda colorida dos carnavais
    Como a maquilagem das velhas prostitutas fazendo trottoir
    Às vezes, eu penso que já fui um dia um rei, imóvel no seu palanque,
    Obrigado a ficar olhando
    Intermináveis desfiles, torneios, procissões, tudo isso…
    Oh! Decididamente o meu reino não é deste mundo!
    Nem do outro…

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